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Não pude me conter e me aproximei do palco.Ele jogava os longos cabelos para trás e segurava com força o microfone.Sua voz era aveludada, rouca e me provocava calafrios.Meu coração acelerou e eu não conseguia olhar para nenhum lugar que não fosse ele.A massa de pessoas era densa e os corpos suados se batiam em mim a medida que cegamente eu me aproximava do palco. Ainda sentia o cheiro de cigarro, cerveja e suor mas quando ele cravou os olhos em mim tudo isso ficou em segundo plano.
Seria loucura dizer que alguma coisa estava me atraindo para ele ? Seria um total clichê ? Bem, não importa, por que era exatamente isso que estava acontecendo. Quem era ele ? Quem era o cara que tinha olhos de um azul tão profundo ?Ele era lindo. De um jeito comum e totalmente novo. O jeito que se movia, que cantava e que me olhava, tirava completamente o meu fôlego.
Ele andava na minha direção também, e seus olhos eram tudo o que eu via.Só os olhos deles eram meu guia e quase sem nem notar, eu me movia para cada vez mais perto dele.Como um ímã.Não conseguia parar.
Quando cheguei ao palco,apoiei minha mão na madeira e me inclinei para cima, ele por sua voz, se inclinou para baixo para ficar na minha altura, sem nunca interromper a música. Ele era uma daquelas pessoas que quanto mais perto você olhava mais bonitas ficavam. Com maças do rosto definidas, lábios rosados e cheios e olhos azuis... Droga, aqueles olhos eram do tipo que podiam facilmente partir um coração.
Era como olhar diretamente para uma piscina em um dia de quente de verão.Não consegui resistir.Queria me jogar.Me refrescar.Me afogar naquele mais puro azul.
Ele enrolou uma mecha do meu cabelo em seu dedos, enquanto as últimas notas da música ressoavam pelo bar.Meu coração batia na mesma batida que a da música. Tudo estava vivo. Vivo e pulsante.
E ele.
Ele era como um fogo azul,mais quente e vivo do que qualquer coisa que eu já havia tocado.Não precisava ter consciência disso, eu sabia, olhando em seus lindos olhos azuis, sentindo seu doce perfume amadeirado e sua respiração a centímetros de meu rosto que eu estava condenada.
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